Vivien Leigh e Laurence Olivier
Cheguei ao momento em que tenho de explicar o porquê de ter
dado ao meu blogue este nome estranho e definitivo. Uma vez que falo sobre
cinema e literatura faz perfeito sentido que as minhas raízes assentem num estilo hollywoodesco e clássico: That Hamilton
Woman.
Os amantes da História bélica inglesa certamente já terão
ouvido falar num tal Lord Nelson, herói e feroz combatente na luta contra Napoleão Bonaparte. As
referências cinematográficas são demasiadas e, como não podia deixar
de ser, umas datam de 1940 d.C (Durante os Clássicos). O casal Olivier/Leigh
decidiu, por bem, retratar a história por trás da História. Existirá sempre um
amor profundo, sagrado e incorrecto nestas coisas da História e do Cinema.
Vivien Leigh é, claro, Aquela Mulher Hamilton. Que brinca entre a mulher
simples e humilde de um homem mais velho e a mulher adúltera e conivente com as
artes do amor. Apaixona-se por Lord Nelson (Laurence Olivier) ainda antes de este o ser . A química pretendida está lá. Um daqueles casos em que a realidade e a ficção se cruzam. E este é um dos momentos
cinematográficos que destrona um Casablanca
com demasiada facilidade.
Uma vez que a história não é sobre Lord Nelson mas sobre a
criança adulta que se pavoneia no seu sorriso frágil tipicamente VivianLeighnesco será de esperar pouca
acção no campo de batalha. A intriga adensa-se por isso. Percebemos que não
foi através das armas que Napoleão foi vencido e sim através de poder curativo e corajoso de um beijo.
Seria menos dramático de outra forma e a poesia deste filme é o que me fascina.
Os diálogos, meus caros leitores, são belos e sofisticados. Poesia em bruto. Assistimos a luxuosas e rápidas tiradas que davam para
transcrever num belo livro, encaderna-lo e coloca-lo numa prateleira. Porque o
cinema também deve ser poesia, Vivian Leigh (que já me havia conquistado na sua
juventude de Scarlett O’Hara) surpreende pela doçura majestosa de quem sabe o
que sofreu a verdadeira Lady Hamilton. Seria de esperar um final feliz após as
controversas negações da fama, da vitória e do amor. No entanto, Ema Hamilton
é deixada sozinha esperando impaciente um amante que nunca regressará. Que
ficou no campo de batalha de Trafalgar, vitorioso mas morto. Se pensarmos
bem só assim uma história de amor poderá ser verdadeiramente poderosa.
Caty.
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