segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"The Book Thief"

Liesel Meminger: "Is that your book?"
Max Vandenburg: "It wasn't always mine."

As palavras sobrevivem-nos. Os livros não são objectos. Também não são os nossos melhores amigos. Aqueles com quem partilhamos o amor pelos livros são os nossos melhores amigos. O livro é um veículo. Um caminho. Um bonito caminho. Mas um caminho. Até a um Outro.
Fazia falta um filme sobre livros. Um filme doce e bonito sobre uma das coisas mais bonitas da Humanidade: a leitura. Não um filme sobre escritores loucos, sobre um livro que tenha mudado a nossa vida. Nem sequer um filme sobre o momento mais negro da nossa Vida. Mas sobre tudo isso. Sobre o amor. O amor ao Livro: o Livro como verdade incondicional. Este é um filme sobre uma rapariga que ama a vida. Através das páginas escritas no tempo.
Guardei na memória: “Encontrar-me-ás nas palavras”. Não é isso, afinal, ler? Não se lê para passar o tempo. Não se escreve porque nos apetece dizer coisas sobre o que nos passa na cabeça. Ler e escrever é (sobre)viver. Este foi o primeiro filme sobre o Livro. Sobre o seu poder. Sobre uma rapariga que aprendeu a viver quando aprendeu a ler e a escrever. Durante duas horas e meia entramos naquela cave tão repleta de vidas escritas. Sentimos o desconforto do calor sofrido daqueles livros queimados. Sentimos o burburinho, a emoção e a comoção daquela sala decorada a livros.
Palavras faltam. Fazia falta um filme que nos dissesse o verdadeiro sentido da palavra LIVRO. A vida é bela. A sua beleza é provocada pela beleza de um livro. Mesmo quando tudo é cinzento. Mesmo quando há bombas e alarmes e caves cheias de medo da morte. Mesmo quando o momento da nossa História é o mais negro. E há um livro: Mein Kampf. Em branco. Porque também ele é um livro. E esse livro faz parte da vida. E da morte. E dos Livros.
Deixo-vos dois conselhos:
Vejam o filme. 
Leiam um livro. Ou dois. Quando o terminarem saberão que estão, finalmente, a viver.

Resta-me o fim: um livro. Seja ele qual for. Tão bom. Tão verdadeiro.





Caty.

Sem comentários:

Enviar um comentário